Coronavírus e os Terreiros de Umbanda – novembro/2020
Por Paulo Tharcicio
Nota de esclarecimento da FUEP sobre o funcionamento dos Templos Umbandistas no Estado do Paraná – Novembro/2020
Após um bom período de constantes baixas no número de infecções pelo novo coronavírus, a covid-19, as nossas cidades voltaram a apresentar o crescimento vertiginoso. As autoridades sanitárias têm reafirmado que isso se deve ao relaxamento do isolamento social em função de feriados prolongados e à campanha eleitoral de 2020 que propiciaram situações de aglomeração de pessoas. Assim, em Curitiba e outras cidades, baseadas nas resoluções do Comitê de Técnica e Ética Médica de Curitiba, e em outras cidades do Estado, voltará o estágio de maior atenção, com maiores restrições à circulação e reunião de pessoas.
As opiniões e reflexões sobre a pandemia da covid-19 foram politizadas ou partidarizadas no Brasil e logicamente existe sempre a dúvida, com relação aos números reais da contaminação em nossas cidades, se são inflados pelos interessados na desestabilização dos governos das três esferas públicas, ou; se estão subnotificados, para favorecê-los.
Entretanto, o importante disso é que com o passar do tempo vai aumentando a pressão para a abertura dos Templos Umbandistas, tanto pelos Médiuns das correntes mediúnicas quanto pelos fiéis e simpatizantes. A Umbanda é uma religião que requer a prática constante e assim, é natural que os Médiuns e assistentes queiram a volta dos trabalhos de caridade. Da mesma forma, a Umbanda favorece contatos próximos, do Médium incorporado com os outros Médiuns e com a assistência.
Dessa forma, continuamos orientando que a melhor atitude seria manter, preventivamente, os Templos fechados para Giras públicas, contudo, como sempre frisamos, a última palavra cabe ao(a) Dirigente do Templo e assim, só deverão realizar as Giras públicas, caso se sintam plenamente seguros(as).
É importante frisar que o isolamento não acabou, tampouco a possibilidade de contágio do novo coronavírus, essa flexibilização segue uma tendência de diminuição do contágio, que continua alto, pressionando a taxa de ocupação dos leitos em hospitais públicos e privados para cima. Assim, todos os cuidados devem ser tomados caso haja a decisão de realizar Giras públicas, dentre as quais destacamos:
1 – Não franquear a entrada de membros dos grupos de risco: idosos (acima de 60 anos), portadores de doenças crônicas, e/ou pré-existentes, e/ou se recuperando de alguma enfermidade, e/ou pessoas com baixa imunidade e crianças até 12 anos; e, tampouco de quem conviva com indivíduos nessas situações.
Observação: Não existe estudo conclusivo sobre as crianças e jovens serem menos suscetíveis a se contaminarem e transmitir o vírus, ainda que elas tendam a desenvolver quadros mais leves da doença.
2 – Medir a temperatura na entrada do Templo e não franquear a entrada de quem esteja febril (a temperatura considerada normal no corpo humano é de 36,5°/37°)
3 – Exigir o uso de máscaras, corretamente colocadas, de modo a diminuir a possibilidade do contágio;
4 – Ter sempre álcool em gel para uso de Médiuns e assistentes e local acessível para a higienização das mãos;
5 – Respeitar o distanciamento de 2 metros entre as pessoas, tanto na corrente mediúnica quanto na assistência;
6 – Higienizar todas as dependências do Templo, notadamente onde possa haver maior possibilidade de contágio, tais como BWC, cantinas, cadeiras etc.
A alternância de frentes frias e ondas de calor no Sul do Brasil caracterizam uma primavera de certa forma amena, entretanto é de se alertar que Curitiba tem um histórico de dias nublados e de baixas temperaturas, permitindo que o vírus permaneça ativo por mais tempo.
Ainda é importante lembrar que se o sistema de saúde colapsar (hoje apresenta crescimento na taxa de ocupação das UTI reservadas para a covid-19), pode não ter leito disponível e atendimento médico especializado, assim é necessário continuar todas as medidas preventivas, não relaxando os cuidados em nenhuma hipótese.
Por último, mas não menos importante, é importante mencionar que, caso sejam descumpridas as orientações determinadas em Decreto Municipal, o(a) Dirigente do Templo poderá vir a responder processo administrativo, com pena de multa, cassação temporária do Alvará e ainda, poderá responder civilmente e criminalmente pelos crimes de desobediência e Contra a Saúde Pública, cujas penas podem variar de 30 (trinta) dias a 2 (dois) anos de detenção do Dirigente.
Só o tempo responderá todas as dúvidas e inquietações existentes. Que nos valha nosso Pai Oxalá e nos proteja o Pai Omolu!
Axé!
Pai Jimmy de Oxóssi, presidente do Conselho Deliberativo
Paulo Tharcicio Motta Vieira, presidente da Diretoria Executiva.
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